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Botanica

Colégio Estadual Dinah Gonçalves
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Assim que as células da raiz absorvem a água e os sais minerais do solo, é necessário um mecanismo vegetal eficiente que consiga deslocar esses compostos para as folhas, onde será feito o processo de fotossíntese e transformação da seiva bruta em elaborada, e novamente deslocar essa seiva elaborada para todas as partes da planta.

Os tecidos condutores dos vegetais superiores são o xilema e o floema. O xilema é o responsável pelo transporte da água e dos sais minerais captados pela raiz do vegetal (seiva bruta), já o floema transporta os nutrientes produzidos nas folhas (seiva elaborada) para toda a planta.

Em relação à condução da seiva bruta, a explicação do processo surgiu a partir de Dixon, um botânico irlandês. A grande questão era: como as plantas transportam a seiva bruta da raiz para as folhas contrariando a lei da gravidade? A teoria de Dixon explicou essa pergunta afirmando que quando as folhas perdiam água, elas se tornavam hipertônicas, passando a exercer uma ação aspirante sobre os vasos condutores do xilema, “puxando” essa seiva bruta através de forças de coesão e adesão. Em algumas épocas do ano, as plantas param de transpirar, porém desenvolvem um mecanismo de transpiração “forçada”, conhecido como gutação, justamente para garantir o transporte da seiva bruta.

A condução da seiva elaborada ocorre através dos vasos liberianos, na maioria das vezes no sentido descendente. A teoria mais aceita para explicar esse processo é a Hipótese de Münch, elaborada por Ernst Münch em 1930. A água da seiva bruta que chega ao órgão de maior pressão osmótica penetra em seus vasos floemáticos por osmose, deslocando a seiva elaborada neles presente em direção ao órgão de menor pressão osmótica, que geralmente é a raiz.

As citocininas, hormônios localizados nas raízes das plantas e transportados para os brotos, estimulam a divisão celular, regulando o crescimento exagerado do vegetal. Esses hormônios foram isolados pela primeira vez em 1955, por Miller e outros cientistas. Embora sejam produzidas nas raízes das plantas, as citocininas também podem se originar ocasionalmente em algumas folhas e brotos jovens.

O papel essencial da citocinina é regular o crescimento vegetal, “normalizando” o desenvolvimento da planta. A citocinina proporciona a ocorrência de um crescimento controlado e organizado da forma e da estrutura das plantas superiores. As citocininas também provocam a diferenciação dos grupos de células que formam os tecidos e que se tornarão futuramente, as diferentes partes das plantas. Contudo, vale ressaltar que as citocininas podem interagir com as giberelinas e auxinas, provocando efeitos particulares no crescimento do vegetal.

Quando a proporção de auxinas é superior à de cinetina, as regiões dos tecidos formam raízes e quando há proporções maiores de cinetina do que auxina, os tecidos tenderão a desenvolver caules.

A inibição da senescência, isto é, do envelhecimento, é outra importante função desses hormônios. Esse mecanismo funciona no sentido de que as citocininas aumentam a retenção de algumas substâncias, tais como aminoácidos, dentro da célula. Assim, o envelhecimento, o amarelecimento e a perda de qualidade de mercado dos produtos vegetais são retardados. Devido a essa propriedade, a citocinina está sendo usada como inibidor de senescência em muitas plantas, como o alface, o brócolis, etc.


Os caules são os órgãos vegetais que possibilitam a condução e o transporte de nutrientes das raízes para as folhas, além de colocá-las em condições de melhor iluminação, contribuindo de maneira decisiva para a realização do processo da fotossíntese. Também é o caule que sustenta as partes aéreas do vegetal e armazena água e substâncias nutritivas.

Esses órgãos geralmente possuem um formato cilíndrico e podem ser aéreos, como no caso do maracujá e da uva, que crescem enrolando-se em um suporte; subterrâneos, que podem acumular reservas nutritivas e aquáticas, que se desenvolvem em um meio líquido, como no caso das vitórias-régias.

O crescimento apical do caule é provocado pela gema termina, onde os diversos primórdios foliares produzem as folhas. Nas axilas das folhas estão localizadas as gemas laterais. A região das gemas caracteriza o nó do caule e o espaço entre dois nós é denominado entrenó.

Em alguns casos, os caules sofrem modificações, que de acordo com a necessidade da planta, criam ramificações especiais. A parreira, por exemplo, desenvolve ramos (gavinhas) enrolados em espiral, possibilitando a fixação da planta em um suporte. Outro exemplo de modificações de caule são os espinhos, que são prolongamentos do caule, funcionando como mecanismos de defesa da planta.
As briófitas são todas as plantas avasculares (não possuem vasos condutores) de baixa estatura e que se localizam em ambientes úmidos e escuros, incluindo neste grupo, os musgos e plantas fixadas ao solo por meio de rizóides.

A reprodução dessas plantas pode ser assexuada, à custa de gemas ou propágulos, ou sexuada, já que as briófitas possuem dois órgãos reprodutores: anterídeo, que produz o gameta masculino anterozóide, e arquegônio, o qual produz o gameta feminino oosfera.

A água da chuva, ou mesmo o orvalho, leva os anterozóides de uma briófita ao arquegônio de outra, ocorrendo a fecundação. O zigoto sofre mitoses, originando um embrião que permanece no arquegônio. O embrião se desenvolve e forma um esporófito diplóide (2n), preso ao gametófito. Após a produção de esporos (que são responsáveis por outra planta) o esporófito morre e o gametófito permanece, por isso podemos dizer que a fase reprodutora é haplóide (n).

Esses tipos de plantas foram os primeiros a passar do meio aquático para o meio terrestre, por esse motivo, tais plantas possuem uma grande dependência de água líquida para a sua sobrevivência. Por esse motivo, as briófitas são conhecidas como “os anfíbios do reino vegetal”. Geralmente, tais plantas medem menos de 2 cm.
Botânica (ciência dos vegetais) é o ramo da biologia que estuda a vida de plantas e algas, abrangendo aspectos do crescimento, da reprodução, do desenvolvimento, do metabolismo, das doenças e evolução dos organismos vegetais.

Acredita-se que as plantas tenham surgido a partir de um grupo ancestral de algas verdes diversificando-se em dois grandes grupos: criptógamas e fanerógamas:

Criptógamas → plantas que possuem as estruturas produtoras de gametas pouco evidentes.

Exemplo:
Briófitas (musgos e hepáticas) - não possuem vasos especializados no transporte de seiva;
Pteridófitas (samambaias e avencas) - possuem vasos condutores de seiva (xilema e floema).

Fanerógama → plantas que possuem estrutura produtoras de gametas bem visíveis.

Exemplo:
Gimnospermas (pinheiro-do-paraná) – possuem sementes, mas não formam frutos;
Angiospermas (mangueira, figueira, limoeiro) – possuem sementes abrigadas no interior de frutos.
As auxinas são os hormônios vegetais mais importantes presentes na planta, sendo responsáveis pelo crescimento do vegetal. Produzidas no ápice da planta, as auxinas são distribuídas do ápice para o todo o resto do corpo do vegetal. As auxinas são produzidas nos embriões, nas gemas e nas folhas jovens a partir do triptofano, sendo que a auxina mais comum é o AIA (ácido indolilacético ).

Esses hormônios atuam sobre a parede celular do vegetal, provocando sua distensão e, conseqüentemente, o seu crescimento. Contudo, os efeitos das auxinas são bastante variados, dependendo de fatores como local de atuação e concentração, podendo assim ter efeitos antagônicos. Existem outras auxinas não encontradas nos vegetais, como o ácido naftalenoacético, ácido indolbutírico e ácido indolpropiônico.

As auxinas também promovem o crescimento de raízes e caules, através do alongamento das células recém-formadas nos meristemas, porém a sensibilidade das células à auxina varia de um órgão da planta para outro.

Ainda pode-se citar como efeito das auxinas:
- A transformação dos frutos carnosos e da parte carnosa do ovário. A aplicação de grandes quantidades de auxinas em plantações impede o crescimento de dicotiledôneas ervas daninhas, sem inibir o desenvolvimento de monocotiledôneas como o milho;
- A curvatura do vegetal, fazendo com que haja maior produção do lado de menor iluminação e provocando o crescimento da planta em direção à luz;
- A dominância da gema apical, inibindo o crescimento das gemas próximas;
- O crescimento de raízes adventícias.
Por serem muitas vezes vistosas e dotadas de nectários, as flores das angiospermas atraem animais, como pequenos invertebrados, aves e morcegos. Tais seres vivos, ao entrarem em contato com várias flores de uma mesma espécie, propiciam o encontro de grão-de-pólen com estruturas reprodutivas femininas. Assim, a polinização das angiospermas não ocorre unicamente pela ação do vento, como nas gimnospermas.

Após a polinização, o embrião se desenvolve, os tecidos do óvulo se desidratam e ambas as estruturas formam a semente. A parede do ovário se desenvolve em torno da semente e forma o fruto, que é também uma estrutura característica nas angiospermas.

O fruto, que muitas vezes se apresenta suculento e saboroso, serve de alimento para animais que, após ingeri-lo, liberam as sementes juntamente com suas fezes, propiciando sua dispersão.

Há, ainda, frutos com adaptações que permitem com que sejam dispersos pelo vento; outros que possuem estruturas que os tornam capazes de flutuar na água, sendo levados pelas correntezas a longas distâncias; ou que propiciam com que grudem no pelo de animais e sejam deslocados para novas regiões. Quando a dispersão é feita por animais, falamos em zoocoria. Quando a água é o agente dispersor, trata-se de hidrocoria. Já anemocoria é o termo utilizado para a dispersão do fruto e semente pelo vento.

As angiospermas também podem se reproduzir assexuadamente. A formação de novas violetas a partir de folhas de indivíduos preexistentes é um exemplo de propagação vegetativa. Há também a reprodução assexuada por meio de enxertos, a estaquia, propagação vegetativa, dentre outros tipos.

Quanto à classificação dessas plantas, o texto “Nova Classificação das Angiospermas”, do nosso site, explica tal assunto de forma bastante didática.


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